quarta-feira, 28 de abril de 2010

Raiva


Continuando a série sobre sanidade, falaremos agora da Raiva Bovina; é uma doença que acomete todos os mamíferos, provocando uma encefalomielite fatal.
É causada por um vírus do genêro Lyssavírus da família Rhabidoviridae, e a transmissão ocorre, principalmente, pela mordedura de morcegos hematófagos ( Desmodus rotundus).
A porta de entrada normalmente é a mordedura de animais infectados, o período de incubação varia segundo a carga viral, a capacidade invasiva, a patogenicidade e o ponto de inoculação, a idade, a imunocompetência entre outros fatores.
A replicação viral ocorre no tecido conjuntivo e muscular circunvizinhos ao ponto de inoculação, a infecção se dissemina alcançando o sistema nervoso central, a replicação viral envolve vários passos: adsorção, penetração, desnudamento,transcrição, tradução, replicação do genoma, maturação e brotamento. As partículas virais alcançam as células neuronais do tronco cerebral, hipocampo, tálamo, medula e do cerebelo. A degeneração do neurônio, circundada por macrófagos e, ocasionalmente, por outras células inflamatórias, forma um núcleo de neurofagia, denominado nódulo de Babe. Ocorre também desmielinização. Agrupamento de proteínas virais formando corpúsculos de inclusão intracitoplasmática, denominados corpúsculos de Negri, são especialmente encontrados nos citoplasmas dos neurônios e células de Purkinje, no cerebelo.
Alcançando o SNC e após intensa replicação , os vírus seguem centrifugamente para o sistema nervoso periférico e autônomo, alcançando órgãos como o pulmão, os rins, bexiga, útero, testículos, folículo piloso e, principalmente, as grândulas salivares, sendo eliminados pela saliva.
A proliferação intensa de corpúsculos de inclusão dentro dos neurônios faz com que as células nervosos sejam alteradas funcionalmente, e com o comprometimento do sistema límbico, promove a origem das alterações de comportamento.
Os sinais clínicos nos herbívoros ocorre com a forma paralítica ( mais comum) ou a forma furiosa, o animal se isola, apresenta apatia, perda de apetite, cabeça baixa, salivação e dificuldade de engolir estão entre os principais sintomas da raiva bovina.
A morte ocorre de 3 a 6 dias após o início dos sintomas.
O controle é feito com a vacinação dos herbívoros e controle dos morcegos hematófagos.
Sempre que ocorrer mordedura em equinos e bovinos avise imediatamente o serviço de sanidade de seu município.
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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Febre Aftosa

É uma doença provocada por um vírus da Família Piconarviridae com 7 sorotipos: O, A, C, SAT 1,2 e 3 e ASIA 1 com grande diversidade antigênica.
Nos bovinos a infecção ocorre por contato direto ou indireto e vetores animados e inanimados contaminados.
O bovino com febre aftosa apresenta aftas na língua, na boca, na coroa do casco, nos tetos, espaço interdigital, salivação, claudicação e febre alta.
O período de incubação varia geralmente de 02 a 14 dias, sendo que a primeira fase da replicação viral ocorre nas vias aéreas superiores, em especial na mucosa e nos tecidos linfóides da farínge.
O animal elimina a maior parte dos vírus no período podrômico ( antes do início dos sintomas).
A febre aftosa é uma das doenças mais contagiosas que existe, e é a que mais provoca perdas econômicas!! Devido as restrições de exportação de carnes e produtos derivados. É muito importante que os proprietários de bovinos realizem a correta vacinação do seu rebanho nas campanhas determinadas pelo Serviço de Sanidade do seu estado, aqui em Pernambuco a primeira etapa da campanha de vacinação já começou. Fique atento!!
O diagnóstico clínico é realizado coma verificação dos sintomas citados acima, e qualquer suspeita deve ser notificada ao Serviço de Sanidade o mais rápido possível.
Esta doença apresenta mortalidade baixa e morbidade alta.

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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Tuberculose bovina

Seguindo nossa série sobre sanidade animal, falaremos agora sobre uma zoonose que quando transmitida ao homem, representa um problema de saúde pública.
A tuberculose bovina ocorre quando o Micobacterium bovis, penetra no organismo animal por meio, principalmente, de aerossóis em suspensão e via sistema digestório, e se caracteriza por apresentar formações nodulares, conhecidas como tubercúlos, que acomentem normalmente os linfonodos e os pulmões, acarretando implicações respiratórias.
A doença normalmente tem caráter crônico e se apresenta com os sintomas de emagrecimento progressivo, tosse, aumento de volume dos linfonodos, dispnéia e diarréia intercalados com constipação, podendo ser afetados qualquer órgão do corpo.
Em bovinos de leite a incidência aumenta com o passar da idade dos animais.
A tuberculose bovina é diagnosticada através de exames de triagem e confirmação , realizados por médico veterinário cadastrado ou habilitado.
O MAPA- Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, através da Instrução Normativa n.06, de 08 de janeiro de 2004, aprovou o Regulamento do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose animal, com o objetivo de padronizar e garantir a qualidade dos instrumentos e das ações profiláticas, de diagnóstico, de saneamento de rebanhos e de vigilância ativa, relacionadas ao combate à brucelose e tuberculose.
Com estas medidas espera-se que regulamentando o papel de cada um: proprietários, médicos veterinários, Serviço de Defesa sanitária, laboratórios e outros se tenha maior controle sobre esta zoonose e nossos consumidores tenham um alimento mais inócuo.
Uma dica: ferva o leite antes de beber, ou consuma produtos pasteurizados, bem como a carne deve ser também ingerida cozida, pois a bactéria não resiste a temperaturas altas.
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