terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Uso de ionóforos

A utilização de ionóforos está cada vez mais consolidada entre os produtores de carne e leite. Os ionóforos interferem com o transporte de íons através das membranas celulares, criando assim a perda de energia nas células bacterianas, resultando na morte de bactérias, entre alguns podemos citar a monensina, que
é um poliéter carboxílico ionóforo produzido por cinnamonensis Streptomyces (Haney e Hoehn, 1967) e é fornecido para bovinos por via oral como um sal de sódio.
A monensina inibe seletivamente bactérias gran-positivas, devido a diferenças na estrutura da parede celular das bactérias. Em um estudo de meta-análise (ferramenta usada para resumir os efeitos dos tratamentos em todos os estudos e os fatores que explicam potencial heterogeneidade da resposta), observou-se efeitos no metabolismo e na produção, são eles:
Efeito no metabolismo: verificou-se o efeito da monensina nas concentrações sanguíneas de beta-hidroxibutirato (BHBA), acetoacetato, ácidos graxos não esterificados (AGNE) reduzindo-as, enquanto que a glicose e uréia aumentaram.
Efeito na produção: diminuição da ingestão de matéria seca, aumento da produção de leite e a eficiência da produção de leite, diminuiu a porcentagem de gordura do leite mas não afetou a produção de gordura do leite, , aumentou o escore da condição corporal o ganho de peso e perfil de ácidos graxos do leite.
Assim conclui-se que o uso da monensina em vacas em lactação reduz as concentrações de BHBA, acetoacetado e AGNE, aumenta a glicose e concentração de uréia, gerando benefício no metabolismos energético sendo importante sua administração pré-parto, produz aumento no rendimento da produção de leite, diminui a ingestão de matéria seca, discreto aumento no escore corporal e ganho de peso (dependente da dose e período de lactação).
Dietas á base de pastagem resultaram em melhores efeitos na produção.
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010



Herpesvirus bovino - BoHV

Os Herpesvírus bovinos tipo 1 (BoHV-1) e o tipo 5 (BoHV-5) são importantes patógenos bovinos, e a infecção pelo BoHV-1 pode causar rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR),
vulvovaginite pustular infecciosa (IPV) e balanopostite pustular infecciosa bovina (IPB), além de conjuntivite e doença sistêmica do recém nascido.
É uma doença infectocontagiosa provocada por um vírus da família Herpesviridae, subfamília Alphaherpesvirinae, gênero Varicellovírus dividida em subtipos: BoHV-1 (BoHV1.1; BoHV1.2a e b) BoHV-2; BoHV-5.
Apresenta distribuição mundial, morbidade variável e mortalidade alta, não tem caráter sazonal, os hospedeiros são entre outros, os mamíferos biungulados, e o bovino é o principal reservatório e fonte de infecção do vírus (que não apresenta predisposição por sexo , raça ou idade), o período de incubação varia de 02 a 06 dias e é transmitido por via horizontal e vertical.
As principais portas de entrada do vírus são as superfícies da mucosa do trato respiratório e genital.
A transmissão é geralmente associada ao contato intimo com estas superfícies e o vírus se propaga por aérossóis e secreções corpóreas.
O Herpesvírus tem sinais clínicos sistêmicos, porém vamos nos ater aos sinais reprodutivos.
A doença é caracterizada por um estágio de latência onde o vírus permanece silencioso nas células ganglionares sensoriais dos animais infectados, em condições de imunossupresão ocorrem a reativação do vírus ocasionando os sinais clínicos que se caracterizam por aborto, retenção de placenta, infertilidade temporária, endometrite, vulvovaginite, balanopostite com micção frequente.
Os métodos de diagnóstico se faz com exames laboratoriais pelo isolamento do agente -os mais sensíveis são ELISA e PCR; o exame sorológico é indicado para rotina na detecção de anticorpos do vírus, este deve ser refrigerado e constar de 02 amostras com intervalos de 14 a 21 dias para demonstrar soroconversão .Todo o material para diagnóstico deve ser coletado assim que o surto suspeito for detectado, após a coleta, o material deve se mantido refrigerado, não congelado, e enviado ao laboratório o mais rápido possível. Nos casos de rinotraqueítre, conjuntivite e forma genital suabes com exudato das lesões devem ser remetidos ao laboratório dentro de solução salina e antibiótico. Nos casos de aborto enviar placenta e feto, ou pulmão, fígado, abomaso e rim ao laboratório.
Diagnóstico diferencial para leptospirose e brucelose na forma reprodutiva.
O controle e a prevenção se faz com o exame periódicos dos animais (touros) e eliminação dos positivos. Vacinação para controle, reduzindo a incidência da doença e minimizando os sinais clínicos.
O tratamento poderá ser realizado com antibioticoterapia.
Os prejuízos econômicos são principalmente o aborto, infertilidade temporária, perda de peso e queda na produção de leite.
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terça-feira, 16 de novembro de 2010



As eleições se foram..... e o que ficou???

Segundo o deputado federal eleito pelo PMDB do Paraná e ex-ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, o Código Florestal, marco regulatório dos fertilizantes e logística são três temas ligados à agricultura que a presidente eleita Dilma Rousseff terá de enfrentar durante sua gestão.

Estes três assuntos surgiram durante a passagem de Stephanes à frente da Pasta, mas até o momento não progrediram. O mais polêmico de todos é o Código Florestal. De um lado, os ambientalistas defendem regras rígidas para a produção rural, com demarcação de reservas e proibições de plantação em áreas específicas, como encostas de morro e margens de rios. De outro, os ruralistas não querem abrir mão do seu modo de produzir, alegando que sempre atuaram dessa forma.

O assunto foi tão debatido ao longo deste ano que uma comissão especial foi criada na Câmara para aprofundar o tema. Não foram poucas as vezes que as discussões terminaram em bate-boca. Stephanes quer estar no meio das discussões em 2011, alegando que, durante o seu período de ministro conseguiu angariar aliados. "O assunto é muito importante e a presidente eleita, Dilma Rousseff, não poderá se esquivar de abordar o tema em sua gestão", afirmou.

Outro assunto delicado é a criação de um marco regulatório para fertilizantes. O Ministério da Agricultura fez um estudo abordando questões que envolvem jazidas brasileiras, já que são fonte de material que representa um dos principais custos do agronegócio. O trabalho seria usado como base para o Ministério de Minas e Energia (MME) elaborar uma parte do novo código de Mineração. "Mas quando o estudo ficou pronto, o Ministério disse que não usaria mais."

Stephanes acredita que o assunto pode avançar, pois Dilma foi ministra do MME e conhece bem o tema. Ele defende que os fertilizantes sejam abordados de forma separada do Código Mineral. "O Código pode demorar uns 10 anos para ser aprovado porque envolve vários interesses e o assunto dos fertilizantes é urgente", comentou. Segundo o deputado, o tema é fundamental para o setor porque representa 25% dos custos de produção e, mesmo o Brasil tendo uma gama de depósitos que são matéria-prima para o uso agrícola, boa parte dos produtos é importada, aumentando ainda mais os gastos do produtor.

O que preocupa o ex-ministro é a pressão que grandes companhias do setor já começaram a fazer sobre o governo. A Vale é uma delas. A empresa já enviou um estudo próprio para o presidente Lula sobre o segmento. Lula recebeu o Código do MME há pouco mais de um mês, mas ainda não o enviou ao Congresso. Com a proximidade do final do governo, deve ser encaminhado apenas pela próxima presidente. Se ela concordar com o seu teor.

O terceiro ponto diz respeito à necessidade de ampliar a logística para baratear os alimentos produzidos no Brasil. Stephanes gostaria de ver novas estradas e portos no País, principalmente nas regiões Norte e Nordeste - pontos mais próximos do Hemisfério Norte -, o que poderia desenvolver mais as exportações. Ocorre que, com a proximidade da realização de dois grandes eventos esportivos no Brasil (a Copa e as Olimpíadas), o investimento na infraestrutura no interior do País pode continuar como um dos principais gargalos para o desenvolvimento do setor. "O problema é que, se fizer isso, o governo estará desenvolvendo ainda mais as cidades e deixando o campo de lado", disse.

Desses três pontos, dois serão a bandeira do deputado na volta à Câmara: o código e os fertilizantes. Isso, se ele não for convidado mais uma vez para ficar à frente da Pasta que deixou, justamente para concorrer um novo mandato. "Agricultura é minha paixão", resumiu Stephanes. No seu lugar, ficou o colega de partido, Wagner Rossi. Nenhum dos dois, no entanto, fala abertamente que tem intenção de ficar com a Pasta no governo Dilma.
É bom sabermos neste novo pleito quem está buscando melhorias para o agronégocio, enxergando seus gargalos e lutando por melhorias, pois tanto o grande quanto o pequeno produtor tem a ganhar com a solução destes problemas que há anos crescem...
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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Formalização da empresa de laticínio



A empresa de latícinios da região do agreste meridional de Pernambuco agrega hoje, grandes empresas nacionais convivendo com pequenos latícinos e fabriquetas artesanais.
Neste convívio o produtor de leite tem maiores oportunidades para comercializar a matéria prima destes produtos, algo muito salutar em nossa região (esta é uma situação de mercado que evita o monopólio das grandes empresas).
Outro ponto interessante é o potencial que este mercado tem, verifica-se municípios com IDH mais elevado que a média devido a produção de queijos e o comércio destes.
Mas vale salientar que o consumidor deseja um produto saudável, com boa aparência, bem acondicionado e com suas características normais preservadas.
Neste contexto as Boas Práticas de Fabricação são imprescindíveis para garantir a qualidade do produto.
A indicação geográfica é uma outra oportunidade de mercado futura e para isto os pequenos laticinistas precisam se atentar para estes aspectos sanitários, bem como os ambientais, fiscais, trabalhistas e a tendência do consumidor, assim este pequeno empresário consegue se manter no mercado à longo prazo.
Verificando mais profundamente a região, verificamos que a vontade de realizar mudanças para melhor é bastante crescente e compreendida pela maioria das pessoas envolvidas no setor, porém políticas publicas são necessárias para adequações a exemplo de outros estados que já tem legislação adaptada à realidade de produção de queijos artesanais e pequenos produtores. Demanda hoje, não só do setor de laticínios mas também de carnes, pescados, frutas e outros para atender um mercado crescente inclusive da agricultura familiar, base de produção de muitos produtos consumidos em todo o país.
Acredito que com maiores estudos e boa vontade de todos os integrados nesta realidade poderemos avançar bastante.
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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Mão de obra


Já nos perguntamos se a mão de obra utilizada na produção de leite é barata??

No último mês de agosto, durante o Simpósio Interleite, em Uberlândia MG, foi apresentado ao público informações sobre a evolução do poder de compra do salário mínimo:

" Observando a evolução do poder de compra do leite em relação à mão de obra verificou-se que em 1991 eram necessários 202 litros de leite para pagar um salário mínimo. Em 2009, foram necessários 706 litros de leite".

Ou seja, enquanto um determinado volume de leite contratava um funcionário em 1991, hoje esta mesma quantidade contrata apenas 1/3 deste mesmo funcionário.

O custo da mão de obra, nem sempre é analisada pelo produtor, como um fator de peso na composição do preço do leite produzido, mas em função do aumento do salário mínimo ( normalmente a base de remuneração para a mão de obra dos funcionários do setor rural) esta realidade está mudando, e neste raciocínio do exemplo acima temos duas análises: 1) ou o funcionário produz pelo menos três vezes mais leite do que ele produzia antes; 2) ou uma parte do lucro com a produção de leite desapareceu no salário do funcionário".

E o que envolve esta mão de obra?? Num país do tamanho do Brasil as diferenças regionais, são significativas e este custo também é diferenciado variando de acordo com a capacitação deste funcionário ou produtor, nível educacional, cultural e social.

Podemos adicionar ainda o clima, a comercialização, a gerência ( pagando por produtividade) e outros fatores que intervêm na formação do preço final do leite. Tanto na produção empresarial, quanto na agricultura familiar o fator "custo de mão de obra" faz a diferença na competitividade do setor.

No Editorial de 14/09/2010 do Milk point, este assunto está sendo abordado com mais profundidade...vale a pena nos atermos a estes aspectos....

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segunda-feira, 20 de setembro de 2010


O Reconhecimento da Agricultura Brasileira....


A revista britânica The Economist divulgou um editorial e um longo artigo sobre a agricultura no Brasil onde enumera os avanços feitos no cultivo de alimentos no País nas últimas décadas e diz que o mundo “deveria aprender com o Brasil” maneiras de evitar uma crise de alimentos.
Citando dados da FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura) que apontam que a produção mundial de grãos terá que crescer 50% e a de carne terá que dobrar para suprir a demanda até 2050, a publicação afirma que o Brasil tem características que o tornam um produtor de alimentos de grande relevância nos próximos 40 anos.
Segundo a revista, mais impressionante que o fato de o País ter se tornado nas últimas décadas “o primeiro gigante tropical de agricultura”, ameaçando inclusive os maiores exportadores de alimentos do mundo, é a “maneira” como Brasil o fez.
“Estimulado em parte pelo medo de que não poderia importar suficientes alimentos (nos anos 1970), (o Brasil) decidiu expandir sua produção doméstica por meio de pesquisa científica, não subsídios. No lugar de proteger os fazendeiros da competição internacional (como a maior parte do mundo ainda faz) ele abriu seu mercado e deixou os fazendeiros ineficientes irem à falência”, diz a revista.
Alternativa
A Economist afirma que, na contramão das recomendações dos “agropessimistas”, que defendem “pequenas propriedades com práticas orgânicas” e desdenham monoculturas, fertilizantes e alimentos geneticamente modificados, o progresso do Brasil na área foi baseado em grandes propriedades, “apoiado nas pesquisas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e impulsionado por lavouras geneticamente modificadas”.
“O Brasil é uma alternativa clara à ideia crescente de que, na agricultura, o pequeno e o orgânico são mais bonitos.”
Segundo a revista, as técnicas que tornam a agricultura brasileira “magnificamente produtiva” podem ajudar ainda os países pobres da África e da Ásia.
“Os ingrediente básicos do sucesso do Brasil (pesquisa em agricultura, grandes fazendas, abertura de mercado e novas técnicas de agricultura) podem dar certo em qualquer lugar”, diz a Economist, que afirma ainda que se um sistema parecido for adotado na África, alimentar o mundo em 2050 não será tão difícil como parece ser agora.

Se levarmos em conta, ainda, a agricultura familiar e sua inserção social, o mercado de produtos diferenciados como orgânicos, produtos medicinais, agricultura de precisão e outros.. evidenciamos o quanto nossa agropecuária é vasta e promissora.. servindo de exemplo para outros países!!


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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Ovinocultura nacional e seus desafios.

O comércio internacional de produtos da ovinocaprinocultura atinge quase US$ 11 bilhões por ano e é bastante concentrado em produtos oriundos de ovinos, principalmente carne e lã. No entanto, a lã vem diminuindo sua participação no volume de comércio, enquanto a carne ovina não para de crescer em importância. Os ovinos significam forte parcela do mercado. No caso dos caprinos, o comércio de animais vivos é o item mais importante, seguido pela carne.

O rebanho ovino mundial voltou a crescer depois de ter diminuído de forma constante de 1990 a 2000. Apesar do crescimento da produção de carne nos últimos anos, o Brasil realiza importações de carne ovina para abastecer o mercado consumidor, visto que a oferta de carne ainda é insuficiente. As importações são na maioria de cortes com osso, congelados e resfriados, além de cortes desossados. A carne é destinada aos grandes centros consumidores,regiões sul e sudeste, competindo diretamente em preços com produtos locais. O principal exportador de carne ovina para o país é o Uruguai. A entrada dessa carne é beneficiada pela valorização cambial existente no Brasil nos últimos anos, o que propicia ao país importar carne ovina a preços mais competitivos, além de obter menores custos de logística.

A ovinocultura no nordeste brasileiro cresceu significativamente nos últimos anos. Os rebanhos começaram a ser explorados economicamente com a introdução de raças especializadas, melhoramento genético e técnicas de manejo que propiciaram a elevação da produtividade.
A ovinocultura passou por transformações desde a década de 1990. O aumento do poder aquisitivo, a abertura do comércio internacional e a estabilidade monetária trouxeram um cenário favorável para o desenvolvimento da atividade, cenário propício para reestruturação da cadeia produtiva ovina.Portanto, a ovinocultura brasileira encontra-se em expansão, porém ainda tem muito a evoluir. Uma das alternativas para incremento de preços ao produtor e maior aceitação da carne brasileira está na possibilidade de aumento de consumo do produto por parte da população. Segundo FAO (2007), o consumo brasileiro de carne ovina está entre 0,6 – 0,7 kg per capita ano, consumo esse considerado muito baixo ao comparar-se com o consumo de carne bovina, suína e de frango, que chegam a obter, um consumo per capita no Brasil de 36,5 kg, 10,5 kg e 29,9 kg per capita ano respectivamente.O aumento do consumo de carne ovina, que não é suprido pela produção local, é o principal desafio a ser seguido a fim de acelerar o crescimento da ovinocultura. Intervenções que visem aumentar o consumo devem estar atentas a estratégias de marketing que apresentem a carne ovina como sendo um produto seguro e de qualidade, além de ações que possibilitem as indústrias disponibilizarem uma ampla variedade de cortes para que todas as classes sociais possam ter acesso a carne ovina, com o intuito de, em longo prazo, fidelizar o consumidor.


Esses e outros cenários estão no Estudo de Mercado Externo de Produtos Derivados da Ovinocaprinocultura lançado neste mês pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e pela Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco).www.arcoovinos.com.br/index.asp?pag=estudo/estudo.asp
E também no endereço:www.farmpoint.com.br/ovinocultura-brasileira-perspectivas-para-o-futuro_noticia_44593_1_7_.aspx você tem uma reportagem interesante comparando a produção na Nova Zelandia e o nosso sistema de produção.

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terça-feira, 31 de agosto de 2010


A pesquisa e desenvolvimento

O FNDCT- Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- foi criado em 1969, com a finalidade de dar apoio financeiro aos programas e projetos prioritários de desenvolvimento científico e tecnológico nacionais.
Em 1998 foram criados os Fundos Setoriais, como um novo modelo de financiamento com receitas provenientes de novas fontes, com o objetivo de contribuir com a Pesquisa e Desenvolvimento e inovação em áreas estratégicas para a economia.
Com os recursos do FNDCT e Fundos Setoriais se financia programas, projetos e atividades de CT&I ( Ciência, tecnologia e inovação).
A possibilidade de financiar o desenvolvimento tecnológico em empresas, combinando recursos reembolsáveis e não-reembolsáveis, proporciona uma grande possibilidade de inovação.
O apoio público ás práticas de P&D ( pesquisa e desenvolvimento) é uma prática comum em países desenvolvidos, admitida pela OMC. Na média dos países europeus 35% das empresas industriais inovadoras receberam financiamento publico para seu desenvolvimento no período de 2002 e 2004, no nosso caso o Brasil, a proporção de empresas industriais com atividades inovadoras financiadas pelo governo foi de 19% no período de 2003-2005.
Bom, com estes dados podemos realizar uma reflexão: a pesquisa, a inovação a tecnologia são fundamentais para o crescimento econômico...o país tem uma extensão territorial continental e nosso PIB ( mais de um terço) é gerado pelo agronégocio, as instituições de pesquisa, as Universidades, os CTs , os Ministérios ...todos tem o interesse em realizar P&D e inovação, além claro dos produtores e das empresas voltadas para o setor, então o que falta para todo este pacote chegar na ponta, ou seja, no produtor.....
Acredito que a solução de problemas, desenvolvimento do sistema produtivo, formação de recursos humanos, mercado interno fortalecido, viabilização do desenvolvimento e viabilização da autonomia tecnológica ( como já prevê a nossa Constituição federal), sejam os primeiros passos para a P&D integrarem de forma mais sólida nossa realidade.
Claro, tudo isto deve ser plataforma de desenvolvimento nacional...mas vocês já ouviram algum candidato, no horário eleitoral, preocupado com estas questões?? Tendo estes aspectos como sua estratégia de governo??? Está certo que, onde se falta saneamento básico, saúde , segurança, talvez a P&D passem despercebidos, mas nossos gestores públicos tem também a responsabilidade de gerir o desenvolvimento do país.

Fonte: Curso de propriedade intelectual & inovação no agronégocio.

inovagri.blogspot.com



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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"O Brasil é como um búfalo, não sabe a força que tem." A comparação é do ex-ministro da Agricultura e coordenador de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, para quem o país vem menosprezando seu potencial no mercado internacional de alimentos por não atacar de frente os gargalos logísticos que prejudicam a produção e travam as exportações. Em palestra na Agroleite, feira da cooperativa Castrolanda que discutiu, na última semana, as tendências do agronegócio, Rodrigues alertou que problemas crônicos não vêm recebendo atenção suficiente.

Cenário - O cenário para os próximos dez anos é de crescimento nas exportações brasileiras de etanol (182%), soja (33%), farelo de soja (10%), milho (65%), açúcar (45%) e outros produtos, conforme o Ministério da Agricultura. No entanto, para chegar a esses índices, o país precisa investir mais em rodovias, ferrovias e portos, defendeu o especialista. A própria importância estratégica do agronegócio para a economia é mal compreendida, acrescentou. "Somos desunidos e desarticulados. Não sabemos nos comunicar com a sociedade urbana", apontou.

Energia
- Em sua avaliação, além dos alimentos, a necessidade de novas fontes de energia vai exigir fôlego do Brasil como fornecedor de etanol de cana-de-açúcar. O crescimento de economias como a chinesa e a indiana vai chegar ao ponto de fazer a União Europeia e os Estados Unidos perderem importância dentro da pauta de exportação brasileira, acrescentou. "A participação da Europa caiu de 41% para 29% e a dos Estados Unidos de 17% para 7% nos últimos anos.
Bem...com estes dados podemos ver que a percepção do agronégocio ainda deixa a desejar por parte dos políticos e da sociedade também, mas como resolver isto?? Acho que é uma soma de fatores, desde a consciêntização da importância do agronégocio, até a escolha de nossos representantes, porém tudo isto com mais clareza...respeito ao meio ambiente, locação de recursos com visão estratégica do setor, fortalecimento das cadeias produtivas que estão emergindo, além claro da infraestrutura que é nosso gargalo há muito tempo...tudo, repito, com transparência, seriedade e vontade de fazer, aí sim daremos os primeiros passos deste búfalo que por enquanto está muito submisso.

Fonte: Gazeta do povo
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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Mercado x Política de Garantia de Preços Mínimos

Está em debate a proposta de inclusão da carne de frango com garantia de preço mínimo pelo Governo Federal, da mesma forma que acontece com milho e outros produtos.
A proposta do Projeto de Lei 192/10, de autoria do senador Jorge Yanai (DEM-MT), que deverá ser votada na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado, no segundo período de esforço concentrado, de 31 de agosto a 2 de setembro.

O projeto também propõe que as linhas de Crédito Especial, consideradas fundamentais para o setor superar a crise, se tornem permanentes e que a carne e produtos derivados da avicultura participem dos programas sociais do governo federal.

o texto do projeto é estabelecido que os preços mínimos a serem fixados anualmente sejam referência para financiamentos e demais políticas de sustentação e comercialização desenvolvidas pelo governo federal.

Bom, na verdade a avicultura nacional, muito forte aqui no Nordeste, vale salientar...se desenvolveu com muito pouco ou nenhuma política pública, o fato de termos a carne de frango como a primeira no ranking do consumo coloca a avicultura numa condição boa de mercado interno e externo.

As exportações do setor, que segundo o Ministério do desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no período de janeiro a julho deste ano foram de 97.627.898.067 ( US$ FOB), retrata melhor este cenário, mas a possível inclusão da carne de frango na cesta dos produtos com garantia mínima requer mais estudos e discussões , pois a lei da oferta e demanda até hoje regulou este mercado....

Fica aqui registrado a informação e vamos aguardar os próximos capítulos.

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quarta-feira, 28 de julho de 2010

As novas tecnologias


Na era da informação o domínio e o uso do conhecimento fazem toda a diferença.
Vejam a matéria abaixo:
Com uma área de pastagem estimada em quase 2 milhões de km² (FAO, 2010), o Brasil é um dos maiores produtos de carne e leite do mundo, e pode se beneficiar sobremaneira das geotecnologias disponíveis para melhorar a gestão territorial dos recursos naturais e da produção leiteira. Com intuito de fornecer informações úteis na gestão de cadeias produtivas, sistemas GeoWeb são construídos para hospedar mapas digitais fruto de análise em geoprocessamento, assim possibilitando a visualização de aspectos relacionados à produção ao longo do espaço geográfico. Exemplo disso é o Sistema de Informação Territorial criado para gestão territorial da cadeia do leite, o qual contém uma série de grupos temáticos cartográficos para transmitir noç&atild e;o espacial inter-relacionada entre as diversas informações físico-ambientais, com o objetivo de explicar as variáveis e fatores da pecuária leiteira, produção de leite, vacas ordenhadas, pastagens e insumos. Isto é possível com a disposição de informações geográficas tais como estradas, hidrografia, divisão político-administrativa, e em breve relevo, uso das terras e indicadores sociais, os quais mantêm uma relação direta com a produção. Através da habilitação de mapas na legenda é possível visualizar, geograficamente, as feições e informações que estão superpostas. A solução em GeoWeb está disponível no link http://www.cileite.com.br/content/servidor-de-mapas no site do Centro de Inteligência do Leite, como também mapas temáticos sobre a produção de leite, vacas ordenhadas e produtividade para o Estado de Minas Gerais no link http://www.cileite.com.br/node/127 , os quais demonstram, por exemplo, o aumento na produção de leite no Estado ao longo do tempo.
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terça-feira, 22 de junho de 2010

O aumento na produção de cana no Sudeste do país

Caros leitores, estive ausente por alguns dias, mas já estou de volta e não pude deixar de observar o aumento na área de plantio de cana-de-açúcar no interior dos estados de São Paulo e Minas Gerais.
A cultura que já tinha substituído áreas de pastagem, agora está invadindo áreas antes utilizada em legumes, grãos e café.
O setor Sucroalcooleiro está se expandindo á passos largos, mesmo com o preço da tonelada da cana oscilando..é uma aposta de futuro.
É sabido que a produção por hectare é muito boa e se comparado com outras culturas é a mais rentável..mas também a credito numa aposta no mercado externo..
O segundo prognóstico da produção de cana-de-açúcar para a nova safra de 2010 indica que o setor sucroalcooleiro irá crescer ainda mais. Com um aumento de 10% em relação à safra passada, o produto irá atingir uma quantidade adicional de 57,2 milhões de toneladas, totalizando 629 milhões de toneladas de cana de açúcar.

Abro aqui um espaço para as informações abaixo, pois nem tudo são flores, precisamos lembrar dos nossos problemas que abrangem todo o agronégocio brasileiro,e o principal é a infraestrutura logística, São Paulo tem uma malha viária muito boa, mas se paga por isto..e bem caro!!

De acordo com uma das pesquisas mais recentes sobre o assunto, elaborada pela CNT Confederação Nacional do Transporte (2007), dos 84.832 quilômetros avaliados, 37% encontram-se em estado péssimo de conservação e outros 32% possuem alguma deficiência.

O gargalo logístico envolve praticamente toda a infra-estrutura de transporte do país. As ferrovias, embora tenham recebido investimentos com a privatização, ainda estão longe de suprir a demanda do setor de agronegócio e se consolidar como uma alternativa viável ao transporte rodoviário. Além da ampliação da malha de 30 mil quilômetros de extensão (praticamente igual a do Japão, país 22 vezes menor que o Brasil) é urgente a modernização do maquinário. Com os trens e bitolas atuais, a velocidade média das composições não ultrapassa lentos 25 km/h. (BORGES, 2007).

Ainda de acordo com a mesma fonte, Ao mesmo tempo, deixamos de fazer uso de canais de transporte de grande potencial, caso dos 42 mil quilômetros de hidrovias, em que apenas 10 mil quilômetros são efetivamente utilizados. Como resultado, sistemas como o do Tietê-Paraná, com 2,4 mil quilômetros e que consumiu US$ 2 bilhões em investimentos públicos em vários governos, escoa apenas 2 milhões de toneladas de carga/ano, apenas 10% de sua capacidade total.

No transporte marítimo de cabotagem (outro canal com grande potencial no Brasil) assistimos a uma situação semelhante. Embora a privatização tenha contribuído para a modernização dos portos, o excesso de mão-de-obra (que chega a ser de três a nove vezes superiores aos portos europeus e sul-americanos) ainda mantém os padrões de produtividade baixos. Enquanto o índice internacional de movimentação é de 40 contêineres/hora, nos portos brasileiros essa média é de 27. É um dos motivos pelos quais todos os anos caminhões formam filas de até 150 quilômetros de extensão para descarregar suas cargas no porto de Paranaguá (PR).

Consciente de que sozinho não conseguirá reverter esse quadro, o governo federal já busca o apoio da iniciativa privada. Por meio do plano de Parceria Público-Privada, que pretende investir R$ 13,68 bilhões em 23 projetos de reformas em rodovias, ferrovias, portos e canais de irrigação nos próximos anos. Na certeza que só as Parcerias Público-Privada, não será suficiente para dotar o país de bom infra-estrutura, o Governo Federal criou o (PAC) Programa de Aceleração do Crescimento lançado no começo de 2007, foi concebido para eliminar esse descompasso e afastar o risco de gargalos nos próximos anos. (PAC, 2009).

O objetivo do programa é aumentar o investimento em infra-estrutura para: eliminar os principais gargalos que podem restringir o crescimento da economia; reduzir custos e aumentar a produtividade das empresas; estimular o aumento do investimento privado; e reduzir as desigualdades regionais. Os investimentos em Infra-Estrutura logística do PAC previstos até 2010 são de R$ 58 bilhões de reais.

É preciso destacar também que, além dos recursos, a iniciativa privada ainda tem muito a contribuir para o desenvolvimento da infra-estrutura do país, incentivando a criação de pólos intermodais de transporte (integração entre os sistemas rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial e aéreo) para redução de custos e aumento do nível de serviços.

Acredito que estes dados elucidem um pouco mais a quantas anda nossa realidade, nossas perspectivas e nossos desafios....boa reflexão!!


Fonte: Carlos Lourenço y Barbosa de Lima: "Evolução do agronegócio brasileiro, desafios e perspectivas" en Observatorio de la Economía Latinoamericana, Número 118, 2009. Texto completo en http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/
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sexta-feira, 28 de maio de 2010

É, copa do mundo começando e só agora vamos trabalhar para pagarmos nossas contas, pois até maio trabalhamos para o pagamento de impostos recolhidos pelos cofres da União....
E até quando vamos aguentar esta carga tributária??
Que além de injusta não executa sua principal função: atender o contribuinte!!!
Somos o terceiro país que mais paga imposto no mundo e não temos segurança, escolas, saúde....estradas, portos....infraestrutura básica para as exportações por exemplo ( um grande gargalho do agronégocio), implantação efetiva e não somente no papel de hidrovias e ferrovias que possibilitem um transporte de cargas mais barato....um planejamento de médio e longo prazo para a manutenção e formação dos recursos humanos do país..
Atualmente temos emprego sobrando, e não temos o profissional para exercer o cargo, falta a qualificação do brasileiro...( somente este ano os vistos de trabalho de estrangeiros no país aumentaram 40 % em relação ao ano passado)..e aí... continuamos pagando impostos...cada vez mais...
Este ano não é somente ano de copa do mundo, é também ano de eleições,e necessitamos fazer valer o poder de escolha que temos com o nosso voto.....ter mais consciência na escolha que realizamos..por que todo este imposto que está nos sobrecarregando foi votado por pessoas que escolhemos através do nosso voto, para nos representar e pensar no desenvolvimento do país..pense nisto e bom fim de semana!!
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segunda-feira, 24 de maio de 2010


Vem aí mais um ENEL......


O Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados, VIII Enel, acontecerá em Sergipe de 15 a 17 de junho.
O evento será realizado no Hotel Parque dos Coqueiros, em Aracaju. Uma das novidades dessa oitava edição é que as inscrições poderão ser feitaspela internet gratuitamente. No Enel, os participantes terão a oportunidade de trocar experiências com produtores de outros estados e conhecer vários elos da cadeia produtiva do leite.

O Enel é uma ação do Sistema Sebrae, com apoio Governo do Estado. Foi criado em 2003 pelo Sebrae no Rio Grande do Norte, tendo como foco principal aproximar o produtor de leite, os produtores de queijos e doces, a indústria de máquinas, fornecedores de insumos, embalagens e aditivos e os laboratórios de análises. "Nessa oitava edição teremos Exposição de Máquinas, Equipamentos e Insumos, Exposição de Produtos Lácteos, Concurso de Queijos Regionais e o Circuito de Palestras", revela Emanoel Sobral, superintendente do Sebrae em Sergipe.

Na área destinada à exposição de lácteos, as indústrias vão apresentar seus produtos, promovendo degustações e realizando contatos com compradores em potencial. Será um local com oportunidades reais para realização de novas parcerias comerciais.

Para ver a programação completa do evento, clique aqui.

Fonte: Agência SEBRAE de Notícias
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terça-feira, 18 de maio de 2010


ESCORE CORPORAL

É uma referência do estado nutricional, que sabemos determina o sucesso ou insucesso de toda a atividade leiteria, pois sem nutrição adequada não tem prenhez e não tem leite.
A avaliação do escore corporal serve como ferramenta visual deste estado nutricional.
Segue a referência de um material prático que acredito ajudar muito no manejo, auxiliando os funcionários e o proprietário na toma da de decisão.
Ressalvo aqui o destaque para a revista Leite integral, a Tortuga e o Milk Point (não estou fazendo propaganda mas é importante destacar a iniciativa valorizando a idéia e o autor)....
Este material além da ilustração apresenta também uma revisão do tema, sua aplicabilidade prática nas diferentes fases da lactação e reprodução.
Como a imagem fala mais, segue mais ilustrações.
Obs. esta imagem poderá ser melhor visualizada no endereço abaixo:

http://www.milkpoint.com.br/mypoint/foto.aspx?idFoto=6518&download=1&formato=reduzido



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quarta-feira, 5 de maio de 2010

XVIII ENCONTRO DE MÉDICOS
VETERINÁRIOS E ZOOTECNISTAS
DO AGRESTE MERIDIONAL
VII ENCONTRO DA BUIATRIA DE
PERNAMBUCO

Acontece nos dias 28 a 30 de maio o evento acima, com a PROMOÇÃO do
Conselho Regional de Medicina
Veterinária de Pernambuco e
Associação Pernambucana de Buiatria
na Unidade Acadêmica de Garanhuns- UAG
Garanhuns -PE.

Para os profissionais deste setor esta se torna uma grande oportunidade de atualizar-se e reencontrar amigos, contando com a eficiência e apreço dos colegas da CBG- Clinicad e Bovinos de Garanhuns- UFRPE.
Não percam....
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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Raiva


Continuando a série sobre sanidade, falaremos agora da Raiva Bovina; é uma doença que acomete todos os mamíferos, provocando uma encefalomielite fatal.
É causada por um vírus do genêro Lyssavírus da família Rhabidoviridae, e a transmissão ocorre, principalmente, pela mordedura de morcegos hematófagos ( Desmodus rotundus).
A porta de entrada normalmente é a mordedura de animais infectados, o período de incubação varia segundo a carga viral, a capacidade invasiva, a patogenicidade e o ponto de inoculação, a idade, a imunocompetência entre outros fatores.
A replicação viral ocorre no tecido conjuntivo e muscular circunvizinhos ao ponto de inoculação, a infecção se dissemina alcançando o sistema nervoso central, a replicação viral envolve vários passos: adsorção, penetração, desnudamento,transcrição, tradução, replicação do genoma, maturação e brotamento. As partículas virais alcançam as células neuronais do tronco cerebral, hipocampo, tálamo, medula e do cerebelo. A degeneração do neurônio, circundada por macrófagos e, ocasionalmente, por outras células inflamatórias, forma um núcleo de neurofagia, denominado nódulo de Babe. Ocorre também desmielinização. Agrupamento de proteínas virais formando corpúsculos de inclusão intracitoplasmática, denominados corpúsculos de Negri, são especialmente encontrados nos citoplasmas dos neurônios e células de Purkinje, no cerebelo.
Alcançando o SNC e após intensa replicação , os vírus seguem centrifugamente para o sistema nervoso periférico e autônomo, alcançando órgãos como o pulmão, os rins, bexiga, útero, testículos, folículo piloso e, principalmente, as grândulas salivares, sendo eliminados pela saliva.
A proliferação intensa de corpúsculos de inclusão dentro dos neurônios faz com que as células nervosos sejam alteradas funcionalmente, e com o comprometimento do sistema límbico, promove a origem das alterações de comportamento.
Os sinais clínicos nos herbívoros ocorre com a forma paralítica ( mais comum) ou a forma furiosa, o animal se isola, apresenta apatia, perda de apetite, cabeça baixa, salivação e dificuldade de engolir estão entre os principais sintomas da raiva bovina.
A morte ocorre de 3 a 6 dias após o início dos sintomas.
O controle é feito com a vacinação dos herbívoros e controle dos morcegos hematófagos.
Sempre que ocorrer mordedura em equinos e bovinos avise imediatamente o serviço de sanidade de seu município.
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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Febre Aftosa

É uma doença provocada por um vírus da Família Piconarviridae com 7 sorotipos: O, A, C, SAT 1,2 e 3 e ASIA 1 com grande diversidade antigênica.
Nos bovinos a infecção ocorre por contato direto ou indireto e vetores animados e inanimados contaminados.
O bovino com febre aftosa apresenta aftas na língua, na boca, na coroa do casco, nos tetos, espaço interdigital, salivação, claudicação e febre alta.
O período de incubação varia geralmente de 02 a 14 dias, sendo que a primeira fase da replicação viral ocorre nas vias aéreas superiores, em especial na mucosa e nos tecidos linfóides da farínge.
O animal elimina a maior parte dos vírus no período podrômico ( antes do início dos sintomas).
A febre aftosa é uma das doenças mais contagiosas que existe, e é a que mais provoca perdas econômicas!! Devido as restrições de exportação de carnes e produtos derivados. É muito importante que os proprietários de bovinos realizem a correta vacinação do seu rebanho nas campanhas determinadas pelo Serviço de Sanidade do seu estado, aqui em Pernambuco a primeira etapa da campanha de vacinação já começou. Fique atento!!
O diagnóstico clínico é realizado coma verificação dos sintomas citados acima, e qualquer suspeita deve ser notificada ao Serviço de Sanidade o mais rápido possível.
Esta doença apresenta mortalidade baixa e morbidade alta.

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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Tuberculose bovina

Seguindo nossa série sobre sanidade animal, falaremos agora sobre uma zoonose que quando transmitida ao homem, representa um problema de saúde pública.
A tuberculose bovina ocorre quando o Micobacterium bovis, penetra no organismo animal por meio, principalmente, de aerossóis em suspensão e via sistema digestório, e se caracteriza por apresentar formações nodulares, conhecidas como tubercúlos, que acomentem normalmente os linfonodos e os pulmões, acarretando implicações respiratórias.
A doença normalmente tem caráter crônico e se apresenta com os sintomas de emagrecimento progressivo, tosse, aumento de volume dos linfonodos, dispnéia e diarréia intercalados com constipação, podendo ser afetados qualquer órgão do corpo.
Em bovinos de leite a incidência aumenta com o passar da idade dos animais.
A tuberculose bovina é diagnosticada através de exames de triagem e confirmação , realizados por médico veterinário cadastrado ou habilitado.
O MAPA- Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, através da Instrução Normativa n.06, de 08 de janeiro de 2004, aprovou o Regulamento do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose animal, com o objetivo de padronizar e garantir a qualidade dos instrumentos e das ações profiláticas, de diagnóstico, de saneamento de rebanhos e de vigilância ativa, relacionadas ao combate à brucelose e tuberculose.
Com estas medidas espera-se que regulamentando o papel de cada um: proprietários, médicos veterinários, Serviço de Defesa sanitária, laboratórios e outros se tenha maior controle sobre esta zoonose e nossos consumidores tenham um alimento mais inócuo.
Uma dica: ferva o leite antes de beber, ou consuma produtos pasteurizados, bem como a carne deve ser também ingerida cozida, pois a bactéria não resiste a temperaturas altas.
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quarta-feira, 24 de março de 2010

Conhecendo o vírus INFLUENZA

O que é influenza A (H1N1)?
É uma doença respiratória aguda (gripe), causada pelo vírus A (H1N1-Hemaglobulina 1 e Neuraminidase 1). Este novo subtipo do vírus da influenza é transmitido de pessoa a pessoa principalmente por meio da tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas.
Os sintomas são muito parecidos com a gripe comum e se confundem: febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza.

O período de transmissibilidade da doença é diferente entre adultos e crianças. Nos adultos, o período é de sete dias após o aparecimento dos sintomas, enquanto em crianças este período vai de dois dias antes até 14 dias após o início dos sintomas.
o vírus circula mais em um determinado período do ano, especialmente no inverno, de junho a outubro.
No inverno, em virtude das baixas temperaturas e da maior permanência das pessoas em locais fechados, o risco de transmissão é maior. Mas embora o risco de transmissão seja reduzido antes e depois do inverno, as recomendações para a prevenção do vírus influenza A (H1N1), bem como dos outros tipos de vírus da gripe, são as mesmas: lavar as mãos constantemente, evitar por as mãos na boca e nos olhos, evitar aglomerações em ambientes fechados, proteger a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, usar lenço descartável, limpar sempre as superfícies de mesas, telefones, maçanetas e outros móveis e objetos de uso coletivo, bem como ficar atento ao surgimento de casos da doença na comunidade, em ambientes de trabalho ou na escola.

A H1N1 é também conhecida como gripe suína, poiseste vírus é encontrado nestes animais, mas não há evidências de transmissão do vírus influenza A (H1N1) pelo consumo de carne de porco ou de quaisquer produtos alimentícios.
Ademais, os tratamentos térmicos utilizados comumente no cozimento da carne de porco eliminam qualquer vírus potencialmente perigoso e presente em carne crua. Portanto, é importante que todos os alimentos, inclusive a carne de porco e seus derivados, sejam consumidos bem cozidos. Para que o cozimento seja adequado, a temperatura de 70°C tem que ser atingida em todas as partes dos produtos. As carnes devem perder a aparência rosa ou o aspecto sangrento.

Para o enfrentamento da segunda onda de pandemia de H1N1,o Ministério da Saúde programou a VACINAÇÃO da maior parte da população possívelmente afetada, levando em conta aspectos como:1. Situação epidemiológica da influenza pandêmica; 2. Recomendação do Grupo Assessor do Programa Nacional de Imunizações (PNI); 3. Recomendações da OMS para definir públicos prioritários; 4. Observação da 2ª onda no Hemisfério Norte; 5. Articulação com sociedades científicas, CFM, AMB, ABEN, CONASS e CONASEMS.

Iniciou-se nesta semana a segunda etapa de vacinação – De 22 de março a 2 de abril, destinada a população com doenças crônicas (exceto idosos) -Obesidade grau 3 (antiga obesidade mórbida); Doenças respiratórias; Doenças cardíacas, Imunodeprimidos; Diabetes; Doenças hepáticas, renais e hematológicas e crianças maiores de 6 meses e menores de 2 anos crianças que receberão duas meias doses. A segunda dose deverá ser administrada 30 dias após a primeira e grávidas em qualquer período da gestação.


E a influenza aviária, a gripe do frango?

A influenza aviária é resultado da infecção das aves por vírus da influenza cujas cepas são classificadas como de baixa ou de alta patogenicidade, de acordo com a capacidade de provocarem doença leve ou grave nesses animais. A cepa que está circulando de forma epidêmica atualmente entre as aves domésticas da Ásia e Europa é altamente contagiosa e grave, provocando a dizimação de milhares desses animais. A exposição direta a aves infectadas ou a suas fezes (ou à terra contaminada com fezes) pode resultar na infecção humana. A transmissão da influenza aviária ocorre quando as aves migratórias (especialmente as aquáticas) disseminam os vírus da influenza aviária de baixa e de alta patogenicidade entre as criações de aves domésticas. A transmissão entre essas aves ocorre pelo contato direto com secreções de outras aves infectadas, especialmente com as fezes. A disseminação dos vírus da influenza aviária ocorre com a contaminação da água, ração e equipamentos utilizados nos criadouros (incluindo caminhões e tratores). Ovos contaminados são outra fonte de infecção entre as aves, principalmente nos incubatórios, uma vez que o vírus pode ficar presente de 3 a 4 dias na casca dos ovos postos por aves contaminadas. Outra forma de introdução de vírus de influenza aviária é através da importação de material genético e do comércio de aves e seus produtos entre os países.

Excepcionalmente o homem pode se infectar com o vírus da influenza aviária, através da exposição à aves infectadas ou através da manipulação de aves mortas. Não foi evidenciada a transmissão para humanos pela ingestão de ovos ou pelo consumo de carne congelada ou cozida das aves.

Assim como a gripe humana, causada pelos vírus de influenza humano, os vírus de influenza aviária causam nas aves sintomas respiratórios (como tosse e espirros), fraqueza e complicações como pneumonia. Há diferentes subtipos de vírus de influenza aviária, os quais determinam a gravidade da doença na ave. A doença causada pelos subtipos H5 e H7 (classificados como vírus de influenza aviária de alta patogenicidade) podem causar quadros graves da doença, com manifestações neurológicas (dificuldade de locomoção) e outras (edema da crista e barbela, nas juntas, nas pernas, bem como hemorragia nos músculos), resultando na alta mortalidade das aves. Em alguns casos, as aves morrem repentinamente, antes de apresentarem sinais da doença. Nesses casos, a letalidade pode chegar a 50 a 80% das aves de um determinado local. Nas galinhas de postura observa-se ainda a diminuição na produção de ovos, bem como alterações na casca dos mesmos, deixando-as mais finas.

Calma, a doença é exótica no Brasil, ou seja, não há evidências de circulação de influenza aviária de alta patogenicidade (FLU A/H5 e H7) nos granjas de aves comerciais brasileiras. No Brasil não foi identificado, até o momento, a doença pelo vírus influenza A/H5N1, responsável pelos surtos na Ásia e alguns países da Europa.

Porém, devemos nos conscientizarmos destas ocorrências e ter a devida informação de como a doença pode propagar-se de um país para outro:
- Por meio do comércio internacional de aves domésticas vivas ou seus produtos contaminados;
- Também o vírus pode ser propagado por aves migratórias que podem carrear o vírus por longas distâncias. Aves aquáticas migratórias - principalmente patos selvagens - são o reservatório natural dos vírus da influenza aviária e são mais resistentes à infecção. Eles podem carrear o vírus por grandes distâncias e eliminá-los nas fezes.

Pensando nestes casos o Brasil, através do MAPA têm adotado várias medidas para evitar a entrada da doença, tais como: a restrição do ingresso de material genético avícola aos aeroportos de Cumbica (São Paulo) e Viracopos (Campinas) e nos postos de fronteira com os países do Mercosul; a implantação de detectores de matéria orgânica para controlar bagagens e passageiros; o credenciamento de laboratórios para diagnósticos sorológicos; a implementação do cadastro nacional informatizado de granjas avícolas; e a elaboração de normas técnicas para registro e produção de aves de corte e postura. Além disso o MAPA implantou o Programa Nacional de Sanidade Avícola e nele o Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle da Doença de Newcastle, é estratégia passível de aplicação em todas as Unidades da Federação (UF), para promover ações direcionadas à defesa sanitária animal, visando ao fortalecimento do sistema de atenção veterinária, primeiro passo para a implantação do Plano de Contingência do Estado.

Para maiores informações: www.portal.saude.gov.br e www.agricultura.gov.br

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quinta-feira, 11 de março de 2010

Brucelose


É uma banda de forró, bastante conhecida aqui no nordeste... mas é também uma importante zoonose!
É provocada por uma bactéria Brucella abortus, no homem esta doença é de caráter profissional, ou seja, pessoas que trabalham diretamente com os animais infectados (tratadores, proprietários e veterinários) ou aqueles que trabalham com produtos e subprodutos de origem animal (funcionários de matadouros, laticínios e laboratórios).
A sua incidência é maior em rebanhos leiteiros, a transmissão ocorre segundo o gráfico ao lado, e o aborto é sua principal sintomatologia nos bovinos e a maior fonte de infecção também.
Com o objetivo de baixar a prevalência e a incidência de novos casos de brucelose e de tuberculose e criar um número significativo de propriedades certificadas que oferecem ao consumidor produtos de baixo risco sanitário foi criado o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose, instituído pela Instrução Normativa nº 2 de10 de janeiro de 2001, pelo Ministério da Agricultura, propondo os seguintes meios de controle:

Vacinação contra a brucelose; certificação de propriedades livres de brucelose e tuberculose; certificação de propriedades monitoradas para brucelose e tuberculose; controle do trânsito de reprodutores e normas sanitárias para participação em exposições, feiras, leilões e outras aglomerações de animais; credenciamento e capacitação de médicos veterinários; diagnóstico e apoio laboratorial; participação do serviço oficial e Educação sanitária.

O estado de Pernambuco instituiu com a PORTARIA ADAGRO Nº 021 DE 10 DE MARÇO DE 2008, a obrigatoriedade da vacinação de fêmeas bovinas, com a cepa B-19, com idade entre 3 a 8 meses, por veterinários cadastrados na Adagro e marcação a ferro candente do V e o último algarismo do ano de nascimento e ainda, o controle de GTA condicionando ao atestado de vacinação.

Citamos ainda, outras medidas de controle:

1 - Quanto à fonte de infecção

Testes sorológicos em intervalos regulares (dois a seis meses); sacrifício dos animais reatores até dois resultados positivos sucessivos; quarentena para fêmeas que tenham abortado ou parido, só introduzindo no rebanho novamente após dois resultados sorológicos negativos; adotar a mesma conduta para animais que participaram de feiras e exposições, ou animais recém adquiridos, mesmo portando declaração de exame negativo.

2 - Quanto às vias de transmissão

Restringir o trânsito de pessoas e animais estranhos à propriedade, programa de higiene e desinfecção de instalações; manter as pastagens baixas para facilitar a incidência de luz solar; orientar a população sobre os riscos da ingestão de alimentos que não sofreram preparo adequado.

E agora com a publicação da Instrução Normativa n° 33, de 24 de agosto de 2007 da SDA, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento regulamentou o uso de vacinas não indutoras da formação de anticorpos aglutinantes contra brucelose – característica da vacina RB-51®. Fêmeas acima de oito meses de idade que não foram vacinadas com a cepa B-19 e fêmeas adultas soronegativas em áreas de foco têm a vacinação recomendada pelo Programa.

Assim, mais uma forma de controle foi regulamentada, atentando que esta vacina (RB-51) proibida para fêmeas prenhez, machos e bezerras com idade entre 3 a 8 meses e deverá ser utilizada em rebanhos infectados.



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