terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Uso de ionóforos

A utilização de ionóforos está cada vez mais consolidada entre os produtores de carne e leite. Os ionóforos interferem com o transporte de íons através das membranas celulares, criando assim a perda de energia nas células bacterianas, resultando na morte de bactérias, entre alguns podemos citar a monensina, que
é um poliéter carboxílico ionóforo produzido por cinnamonensis Streptomyces (Haney e Hoehn, 1967) e é fornecido para bovinos por via oral como um sal de sódio.
A monensina inibe seletivamente bactérias gran-positivas, devido a diferenças na estrutura da parede celular das bactérias. Em um estudo de meta-análise (ferramenta usada para resumir os efeitos dos tratamentos em todos os estudos e os fatores que explicam potencial heterogeneidade da resposta), observou-se efeitos no metabolismo e na produção, são eles:
Efeito no metabolismo: verificou-se o efeito da monensina nas concentrações sanguíneas de beta-hidroxibutirato (BHBA), acetoacetato, ácidos graxos não esterificados (AGNE) reduzindo-as, enquanto que a glicose e uréia aumentaram.
Efeito na produção: diminuição da ingestão de matéria seca, aumento da produção de leite e a eficiência da produção de leite, diminuiu a porcentagem de gordura do leite mas não afetou a produção de gordura do leite, , aumentou o escore da condição corporal o ganho de peso e perfil de ácidos graxos do leite.
Assim conclui-se que o uso da monensina em vacas em lactação reduz as concentrações de BHBA, acetoacetado e AGNE, aumenta a glicose e concentração de uréia, gerando benefício no metabolismos energético sendo importante sua administração pré-parto, produz aumento no rendimento da produção de leite, diminui a ingestão de matéria seca, discreto aumento no escore corporal e ganho de peso (dependente da dose e período de lactação).
Dietas á base de pastagem resultaram em melhores efeitos na produção.
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010



Herpesvirus bovino - BoHV

Os Herpesvírus bovinos tipo 1 (BoHV-1) e o tipo 5 (BoHV-5) são importantes patógenos bovinos, e a infecção pelo BoHV-1 pode causar rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR),
vulvovaginite pustular infecciosa (IPV) e balanopostite pustular infecciosa bovina (IPB), além de conjuntivite e doença sistêmica do recém nascido.
É uma doença infectocontagiosa provocada por um vírus da família Herpesviridae, subfamília Alphaherpesvirinae, gênero Varicellovírus dividida em subtipos: BoHV-1 (BoHV1.1; BoHV1.2a e b) BoHV-2; BoHV-5.
Apresenta distribuição mundial, morbidade variável e mortalidade alta, não tem caráter sazonal, os hospedeiros são entre outros, os mamíferos biungulados, e o bovino é o principal reservatório e fonte de infecção do vírus (que não apresenta predisposição por sexo , raça ou idade), o período de incubação varia de 02 a 06 dias e é transmitido por via horizontal e vertical.
As principais portas de entrada do vírus são as superfícies da mucosa do trato respiratório e genital.
A transmissão é geralmente associada ao contato intimo com estas superfícies e o vírus se propaga por aérossóis e secreções corpóreas.
O Herpesvírus tem sinais clínicos sistêmicos, porém vamos nos ater aos sinais reprodutivos.
A doença é caracterizada por um estágio de latência onde o vírus permanece silencioso nas células ganglionares sensoriais dos animais infectados, em condições de imunossupresão ocorrem a reativação do vírus ocasionando os sinais clínicos que se caracterizam por aborto, retenção de placenta, infertilidade temporária, endometrite, vulvovaginite, balanopostite com micção frequente.
Os métodos de diagnóstico se faz com exames laboratoriais pelo isolamento do agente -os mais sensíveis são ELISA e PCR; o exame sorológico é indicado para rotina na detecção de anticorpos do vírus, este deve ser refrigerado e constar de 02 amostras com intervalos de 14 a 21 dias para demonstrar soroconversão .Todo o material para diagnóstico deve ser coletado assim que o surto suspeito for detectado, após a coleta, o material deve se mantido refrigerado, não congelado, e enviado ao laboratório o mais rápido possível. Nos casos de rinotraqueítre, conjuntivite e forma genital suabes com exudato das lesões devem ser remetidos ao laboratório dentro de solução salina e antibiótico. Nos casos de aborto enviar placenta e feto, ou pulmão, fígado, abomaso e rim ao laboratório.
Diagnóstico diferencial para leptospirose e brucelose na forma reprodutiva.
O controle e a prevenção se faz com o exame periódicos dos animais (touros) e eliminação dos positivos. Vacinação para controle, reduzindo a incidência da doença e minimizando os sinais clínicos.
O tratamento poderá ser realizado com antibioticoterapia.
Os prejuízos econômicos são principalmente o aborto, infertilidade temporária, perda de peso e queda na produção de leite.
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