quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Formalização da empresa de laticínio



A empresa de latícinios da região do agreste meridional de Pernambuco agrega hoje, grandes empresas nacionais convivendo com pequenos latícinos e fabriquetas artesanais.
Neste convívio o produtor de leite tem maiores oportunidades para comercializar a matéria prima destes produtos, algo muito salutar em nossa região (esta é uma situação de mercado que evita o monopólio das grandes empresas).
Outro ponto interessante é o potencial que este mercado tem, verifica-se municípios com IDH mais elevado que a média devido a produção de queijos e o comércio destes.
Mas vale salientar que o consumidor deseja um produto saudável, com boa aparência, bem acondicionado e com suas características normais preservadas.
Neste contexto as Boas Práticas de Fabricação são imprescindíveis para garantir a qualidade do produto.
A indicação geográfica é uma outra oportunidade de mercado futura e para isto os pequenos laticinistas precisam se atentar para estes aspectos sanitários, bem como os ambientais, fiscais, trabalhistas e a tendência do consumidor, assim este pequeno empresário consegue se manter no mercado à longo prazo.
Verificando mais profundamente a região, verificamos que a vontade de realizar mudanças para melhor é bastante crescente e compreendida pela maioria das pessoas envolvidas no setor, porém políticas publicas são necessárias para adequações a exemplo de outros estados que já tem legislação adaptada à realidade de produção de queijos artesanais e pequenos produtores. Demanda hoje, não só do setor de laticínios mas também de carnes, pescados, frutas e outros para atender um mercado crescente inclusive da agricultura familiar, base de produção de muitos produtos consumidos em todo o país.
Acredito que com maiores estudos e boa vontade de todos os integrados nesta realidade poderemos avançar bastante.
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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Mão de obra


Já nos perguntamos se a mão de obra utilizada na produção de leite é barata??

No último mês de agosto, durante o Simpósio Interleite, em Uberlândia MG, foi apresentado ao público informações sobre a evolução do poder de compra do salário mínimo:

" Observando a evolução do poder de compra do leite em relação à mão de obra verificou-se que em 1991 eram necessários 202 litros de leite para pagar um salário mínimo. Em 2009, foram necessários 706 litros de leite".

Ou seja, enquanto um determinado volume de leite contratava um funcionário em 1991, hoje esta mesma quantidade contrata apenas 1/3 deste mesmo funcionário.

O custo da mão de obra, nem sempre é analisada pelo produtor, como um fator de peso na composição do preço do leite produzido, mas em função do aumento do salário mínimo ( normalmente a base de remuneração para a mão de obra dos funcionários do setor rural) esta realidade está mudando, e neste raciocínio do exemplo acima temos duas análises: 1) ou o funcionário produz pelo menos três vezes mais leite do que ele produzia antes; 2) ou uma parte do lucro com a produção de leite desapareceu no salário do funcionário".

E o que envolve esta mão de obra?? Num país do tamanho do Brasil as diferenças regionais, são significativas e este custo também é diferenciado variando de acordo com a capacitação deste funcionário ou produtor, nível educacional, cultural e social.

Podemos adicionar ainda o clima, a comercialização, a gerência ( pagando por produtividade) e outros fatores que intervêm na formação do preço final do leite. Tanto na produção empresarial, quanto na agricultura familiar o fator "custo de mão de obra" faz a diferença na competitividade do setor.

No Editorial de 14/09/2010 do Milk point, este assunto está sendo abordado com mais profundidade...vale a pena nos atermos a estes aspectos....

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segunda-feira, 20 de setembro de 2010


O Reconhecimento da Agricultura Brasileira....


A revista britânica The Economist divulgou um editorial e um longo artigo sobre a agricultura no Brasil onde enumera os avanços feitos no cultivo de alimentos no País nas últimas décadas e diz que o mundo “deveria aprender com o Brasil” maneiras de evitar uma crise de alimentos.
Citando dados da FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura) que apontam que a produção mundial de grãos terá que crescer 50% e a de carne terá que dobrar para suprir a demanda até 2050, a publicação afirma que o Brasil tem características que o tornam um produtor de alimentos de grande relevância nos próximos 40 anos.
Segundo a revista, mais impressionante que o fato de o País ter se tornado nas últimas décadas “o primeiro gigante tropical de agricultura”, ameaçando inclusive os maiores exportadores de alimentos do mundo, é a “maneira” como Brasil o fez.
“Estimulado em parte pelo medo de que não poderia importar suficientes alimentos (nos anos 1970), (o Brasil) decidiu expandir sua produção doméstica por meio de pesquisa científica, não subsídios. No lugar de proteger os fazendeiros da competição internacional (como a maior parte do mundo ainda faz) ele abriu seu mercado e deixou os fazendeiros ineficientes irem à falência”, diz a revista.
Alternativa
A Economist afirma que, na contramão das recomendações dos “agropessimistas”, que defendem “pequenas propriedades com práticas orgânicas” e desdenham monoculturas, fertilizantes e alimentos geneticamente modificados, o progresso do Brasil na área foi baseado em grandes propriedades, “apoiado nas pesquisas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e impulsionado por lavouras geneticamente modificadas”.
“O Brasil é uma alternativa clara à ideia crescente de que, na agricultura, o pequeno e o orgânico são mais bonitos.”
Segundo a revista, as técnicas que tornam a agricultura brasileira “magnificamente produtiva” podem ajudar ainda os países pobres da África e da Ásia.
“Os ingrediente básicos do sucesso do Brasil (pesquisa em agricultura, grandes fazendas, abertura de mercado e novas técnicas de agricultura) podem dar certo em qualquer lugar”, diz a Economist, que afirma ainda que se um sistema parecido for adotado na África, alimentar o mundo em 2050 não será tão difícil como parece ser agora.

Se levarmos em conta, ainda, a agricultura familiar e sua inserção social, o mercado de produtos diferenciados como orgânicos, produtos medicinais, agricultura de precisão e outros.. evidenciamos o quanto nossa agropecuária é vasta e promissora.. servindo de exemplo para outros países!!


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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Ovinocultura nacional e seus desafios.

O comércio internacional de produtos da ovinocaprinocultura atinge quase US$ 11 bilhões por ano e é bastante concentrado em produtos oriundos de ovinos, principalmente carne e lã. No entanto, a lã vem diminuindo sua participação no volume de comércio, enquanto a carne ovina não para de crescer em importância. Os ovinos significam forte parcela do mercado. No caso dos caprinos, o comércio de animais vivos é o item mais importante, seguido pela carne.

O rebanho ovino mundial voltou a crescer depois de ter diminuído de forma constante de 1990 a 2000. Apesar do crescimento da produção de carne nos últimos anos, o Brasil realiza importações de carne ovina para abastecer o mercado consumidor, visto que a oferta de carne ainda é insuficiente. As importações são na maioria de cortes com osso, congelados e resfriados, além de cortes desossados. A carne é destinada aos grandes centros consumidores,regiões sul e sudeste, competindo diretamente em preços com produtos locais. O principal exportador de carne ovina para o país é o Uruguai. A entrada dessa carne é beneficiada pela valorização cambial existente no Brasil nos últimos anos, o que propicia ao país importar carne ovina a preços mais competitivos, além de obter menores custos de logística.

A ovinocultura no nordeste brasileiro cresceu significativamente nos últimos anos. Os rebanhos começaram a ser explorados economicamente com a introdução de raças especializadas, melhoramento genético e técnicas de manejo que propiciaram a elevação da produtividade.
A ovinocultura passou por transformações desde a década de 1990. O aumento do poder aquisitivo, a abertura do comércio internacional e a estabilidade monetária trouxeram um cenário favorável para o desenvolvimento da atividade, cenário propício para reestruturação da cadeia produtiva ovina.Portanto, a ovinocultura brasileira encontra-se em expansão, porém ainda tem muito a evoluir. Uma das alternativas para incremento de preços ao produtor e maior aceitação da carne brasileira está na possibilidade de aumento de consumo do produto por parte da população. Segundo FAO (2007), o consumo brasileiro de carne ovina está entre 0,6 – 0,7 kg per capita ano, consumo esse considerado muito baixo ao comparar-se com o consumo de carne bovina, suína e de frango, que chegam a obter, um consumo per capita no Brasil de 36,5 kg, 10,5 kg e 29,9 kg per capita ano respectivamente.O aumento do consumo de carne ovina, que não é suprido pela produção local, é o principal desafio a ser seguido a fim de acelerar o crescimento da ovinocultura. Intervenções que visem aumentar o consumo devem estar atentas a estratégias de marketing que apresentem a carne ovina como sendo um produto seguro e de qualidade, além de ações que possibilitem as indústrias disponibilizarem uma ampla variedade de cortes para que todas as classes sociais possam ter acesso a carne ovina, com o intuito de, em longo prazo, fidelizar o consumidor.


Esses e outros cenários estão no Estudo de Mercado Externo de Produtos Derivados da Ovinocaprinocultura lançado neste mês pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e pela Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco).www.arcoovinos.com.br/index.asp?pag=estudo/estudo.asp
E também no endereço:www.farmpoint.com.br/ovinocultura-brasileira-perspectivas-para-o-futuro_noticia_44593_1_7_.aspx você tem uma reportagem interesante comparando a produção na Nova Zelandia e o nosso sistema de produção.

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terça-feira, 31 de agosto de 2010


A pesquisa e desenvolvimento

O FNDCT- Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- foi criado em 1969, com a finalidade de dar apoio financeiro aos programas e projetos prioritários de desenvolvimento científico e tecnológico nacionais.
Em 1998 foram criados os Fundos Setoriais, como um novo modelo de financiamento com receitas provenientes de novas fontes, com o objetivo de contribuir com a Pesquisa e Desenvolvimento e inovação em áreas estratégicas para a economia.
Com os recursos do FNDCT e Fundos Setoriais se financia programas, projetos e atividades de CT&I ( Ciência, tecnologia e inovação).
A possibilidade de financiar o desenvolvimento tecnológico em empresas, combinando recursos reembolsáveis e não-reembolsáveis, proporciona uma grande possibilidade de inovação.
O apoio público ás práticas de P&D ( pesquisa e desenvolvimento) é uma prática comum em países desenvolvidos, admitida pela OMC. Na média dos países europeus 35% das empresas industriais inovadoras receberam financiamento publico para seu desenvolvimento no período de 2002 e 2004, no nosso caso o Brasil, a proporção de empresas industriais com atividades inovadoras financiadas pelo governo foi de 19% no período de 2003-2005.
Bom, com estes dados podemos realizar uma reflexão: a pesquisa, a inovação a tecnologia são fundamentais para o crescimento econômico...o país tem uma extensão territorial continental e nosso PIB ( mais de um terço) é gerado pelo agronégocio, as instituições de pesquisa, as Universidades, os CTs , os Ministérios ...todos tem o interesse em realizar P&D e inovação, além claro dos produtores e das empresas voltadas para o setor, então o que falta para todo este pacote chegar na ponta, ou seja, no produtor.....
Acredito que a solução de problemas, desenvolvimento do sistema produtivo, formação de recursos humanos, mercado interno fortalecido, viabilização do desenvolvimento e viabilização da autonomia tecnológica ( como já prevê a nossa Constituição federal), sejam os primeiros passos para a P&D integrarem de forma mais sólida nossa realidade.
Claro, tudo isto deve ser plataforma de desenvolvimento nacional...mas vocês já ouviram algum candidato, no horário eleitoral, preocupado com estas questões?? Tendo estes aspectos como sua estratégia de governo??? Está certo que, onde se falta saneamento básico, saúde , segurança, talvez a P&D passem despercebidos, mas nossos gestores públicos tem também a responsabilidade de gerir o desenvolvimento do país.

Fonte: Curso de propriedade intelectual & inovação no agronégocio.

inovagri.blogspot.com



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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"O Brasil é como um búfalo, não sabe a força que tem." A comparação é do ex-ministro da Agricultura e coordenador de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, para quem o país vem menosprezando seu potencial no mercado internacional de alimentos por não atacar de frente os gargalos logísticos que prejudicam a produção e travam as exportações. Em palestra na Agroleite, feira da cooperativa Castrolanda que discutiu, na última semana, as tendências do agronegócio, Rodrigues alertou que problemas crônicos não vêm recebendo atenção suficiente.

Cenário - O cenário para os próximos dez anos é de crescimento nas exportações brasileiras de etanol (182%), soja (33%), farelo de soja (10%), milho (65%), açúcar (45%) e outros produtos, conforme o Ministério da Agricultura. No entanto, para chegar a esses índices, o país precisa investir mais em rodovias, ferrovias e portos, defendeu o especialista. A própria importância estratégica do agronegócio para a economia é mal compreendida, acrescentou. "Somos desunidos e desarticulados. Não sabemos nos comunicar com a sociedade urbana", apontou.

Energia
- Em sua avaliação, além dos alimentos, a necessidade de novas fontes de energia vai exigir fôlego do Brasil como fornecedor de etanol de cana-de-açúcar. O crescimento de economias como a chinesa e a indiana vai chegar ao ponto de fazer a União Europeia e os Estados Unidos perderem importância dentro da pauta de exportação brasileira, acrescentou. "A participação da Europa caiu de 41% para 29% e a dos Estados Unidos de 17% para 7% nos últimos anos.
Bem...com estes dados podemos ver que a percepção do agronégocio ainda deixa a desejar por parte dos políticos e da sociedade também, mas como resolver isto?? Acho que é uma soma de fatores, desde a consciêntização da importância do agronégocio, até a escolha de nossos representantes, porém tudo isto com mais clareza...respeito ao meio ambiente, locação de recursos com visão estratégica do setor, fortalecimento das cadeias produtivas que estão emergindo, além claro da infraestrutura que é nosso gargalo há muito tempo...tudo, repito, com transparência, seriedade e vontade de fazer, aí sim daremos os primeiros passos deste búfalo que por enquanto está muito submisso.

Fonte: Gazeta do povo
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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Mercado x Política de Garantia de Preços Mínimos

Está em debate a proposta de inclusão da carne de frango com garantia de preço mínimo pelo Governo Federal, da mesma forma que acontece com milho e outros produtos.
A proposta do Projeto de Lei 192/10, de autoria do senador Jorge Yanai (DEM-MT), que deverá ser votada na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado, no segundo período de esforço concentrado, de 31 de agosto a 2 de setembro.

O projeto também propõe que as linhas de Crédito Especial, consideradas fundamentais para o setor superar a crise, se tornem permanentes e que a carne e produtos derivados da avicultura participem dos programas sociais do governo federal.

o texto do projeto é estabelecido que os preços mínimos a serem fixados anualmente sejam referência para financiamentos e demais políticas de sustentação e comercialização desenvolvidas pelo governo federal.

Bom, na verdade a avicultura nacional, muito forte aqui no Nordeste, vale salientar...se desenvolveu com muito pouco ou nenhuma política pública, o fato de termos a carne de frango como a primeira no ranking do consumo coloca a avicultura numa condição boa de mercado interno e externo.

As exportações do setor, que segundo o Ministério do desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no período de janeiro a julho deste ano foram de 97.627.898.067 ( US$ FOB), retrata melhor este cenário, mas a possível inclusão da carne de frango na cesta dos produtos com garantia mínima requer mais estudos e discussões , pois a lei da oferta e demanda até hoje regulou este mercado....

Fica aqui registrado a informação e vamos aguardar os próximos capítulos.

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