terça-feira, 22 de junho de 2010

O aumento na produção de cana no Sudeste do país

Caros leitores, estive ausente por alguns dias, mas já estou de volta e não pude deixar de observar o aumento na área de plantio de cana-de-açúcar no interior dos estados de São Paulo e Minas Gerais.
A cultura que já tinha substituído áreas de pastagem, agora está invadindo áreas antes utilizada em legumes, grãos e café.
O setor Sucroalcooleiro está se expandindo á passos largos, mesmo com o preço da tonelada da cana oscilando..é uma aposta de futuro.
É sabido que a produção por hectare é muito boa e se comparado com outras culturas é a mais rentável..mas também a credito numa aposta no mercado externo..
O segundo prognóstico da produção de cana-de-açúcar para a nova safra de 2010 indica que o setor sucroalcooleiro irá crescer ainda mais. Com um aumento de 10% em relação à safra passada, o produto irá atingir uma quantidade adicional de 57,2 milhões de toneladas, totalizando 629 milhões de toneladas de cana de açúcar.

Abro aqui um espaço para as informações abaixo, pois nem tudo são flores, precisamos lembrar dos nossos problemas que abrangem todo o agronégocio brasileiro,e o principal é a infraestrutura logística, São Paulo tem uma malha viária muito boa, mas se paga por isto..e bem caro!!

De acordo com uma das pesquisas mais recentes sobre o assunto, elaborada pela CNT Confederação Nacional do Transporte (2007), dos 84.832 quilômetros avaliados, 37% encontram-se em estado péssimo de conservação e outros 32% possuem alguma deficiência.

O gargalo logístico envolve praticamente toda a infra-estrutura de transporte do país. As ferrovias, embora tenham recebido investimentos com a privatização, ainda estão longe de suprir a demanda do setor de agronegócio e se consolidar como uma alternativa viável ao transporte rodoviário. Além da ampliação da malha de 30 mil quilômetros de extensão (praticamente igual a do Japão, país 22 vezes menor que o Brasil) é urgente a modernização do maquinário. Com os trens e bitolas atuais, a velocidade média das composições não ultrapassa lentos 25 km/h. (BORGES, 2007).

Ainda de acordo com a mesma fonte, Ao mesmo tempo, deixamos de fazer uso de canais de transporte de grande potencial, caso dos 42 mil quilômetros de hidrovias, em que apenas 10 mil quilômetros são efetivamente utilizados. Como resultado, sistemas como o do Tietê-Paraná, com 2,4 mil quilômetros e que consumiu US$ 2 bilhões em investimentos públicos em vários governos, escoa apenas 2 milhões de toneladas de carga/ano, apenas 10% de sua capacidade total.

No transporte marítimo de cabotagem (outro canal com grande potencial no Brasil) assistimos a uma situação semelhante. Embora a privatização tenha contribuído para a modernização dos portos, o excesso de mão-de-obra (que chega a ser de três a nove vezes superiores aos portos europeus e sul-americanos) ainda mantém os padrões de produtividade baixos. Enquanto o índice internacional de movimentação é de 40 contêineres/hora, nos portos brasileiros essa média é de 27. É um dos motivos pelos quais todos os anos caminhões formam filas de até 150 quilômetros de extensão para descarregar suas cargas no porto de Paranaguá (PR).

Consciente de que sozinho não conseguirá reverter esse quadro, o governo federal já busca o apoio da iniciativa privada. Por meio do plano de Parceria Público-Privada, que pretende investir R$ 13,68 bilhões em 23 projetos de reformas em rodovias, ferrovias, portos e canais de irrigação nos próximos anos. Na certeza que só as Parcerias Público-Privada, não será suficiente para dotar o país de bom infra-estrutura, o Governo Federal criou o (PAC) Programa de Aceleração do Crescimento lançado no começo de 2007, foi concebido para eliminar esse descompasso e afastar o risco de gargalos nos próximos anos. (PAC, 2009).

O objetivo do programa é aumentar o investimento em infra-estrutura para: eliminar os principais gargalos que podem restringir o crescimento da economia; reduzir custos e aumentar a produtividade das empresas; estimular o aumento do investimento privado; e reduzir as desigualdades regionais. Os investimentos em Infra-Estrutura logística do PAC previstos até 2010 são de R$ 58 bilhões de reais.

É preciso destacar também que, além dos recursos, a iniciativa privada ainda tem muito a contribuir para o desenvolvimento da infra-estrutura do país, incentivando a criação de pólos intermodais de transporte (integração entre os sistemas rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial e aéreo) para redução de custos e aumento do nível de serviços.

Acredito que estes dados elucidem um pouco mais a quantas anda nossa realidade, nossas perspectivas e nossos desafios....boa reflexão!!


Fonte: Carlos Lourenço y Barbosa de Lima: "Evolução do agronegócio brasileiro, desafios e perspectivas" en Observatorio de la Economía Latinoamericana, Número 118, 2009. Texto completo en http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/

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